quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Alomoço-palestra

Realizou-se ontem, dia 13 de novembro, o habitual almoço-palestra da segunda terça-feira do mês. O nosso convidado foi o Arquiteto Rui Campos Matos que abordou a temática da "A Paisagem do Turismo terapêutico na Madeira".



Rui Manuel Carneiro de Campos Matos - C.V. resumido

Rui Campos Matos é arquitecto (1984 - Faculdade de Arquitectura da UTL) e reside no Funchal desde 1989, onde exerce a actividade de arquitecto, como profissional liberal. Paralelamente ao exercício da profissão, dedicou-se nos últimos anos à investigação de vários temas relacionados com a arquitectura regional, sobre os quais tem publicado especializadas. Em 2011, ano em que concluiu, na Faculdade de Arquitectura da UTL o curso de Estudos Avançados em Teoria e História da Arquitectura, a Fundação para a Ciência e Tecnologia
concedeu-lhe investigação que tem por tema a arquitectura do turismo terapêutico nos arquipélagos da Madeira e Canárias. A investigação dará a conhecer as especificidades da arquitectura proto-turística insular, a sua evolução e em que medida contribuiu - e poderá continuar a contribuir - para a identidade turística insular.



PALESTRA (com projecção de imagens)


Tema proposto: A Paisagem do Turismo Terapêutico na Madeira.

A Madeira foi, desde o século XVII, ponto de passagem ou estadia de inúmeros viajantes europeus, a maioria deles britânicos. Do relato de viagem à obra de natureza científica, sobre ela se produziu uma
abundante literatura que, louvando a amenidade do clima e a sua natureza edénica, viria a promovê-la como estância de cura para as doenças pulmonares. Ao período de génese do turismo insular – todo o séc. XIX e os primeiros catorze anos do séc. XX - convencionou-se
chamar de turismo terapêutico.
Para acolher os primeiros fluxos "turísticos", constituídos pelos enfermos que se deslocavam em cura de ares, proliferaram, então, na encosta do Funchal, as quintas de aluguer vulgarmente conhecidas como quintas madeirenses). Casa e jardim formavam uma unidade
indissociável e, ao segundo, cabia um papel primordial: era nele que o doente fazia o tratamento de ar livre que a medicina da época prescrevia para a tísica. No seu conjunto, estas quintas geraram uma das mais singulares paisagens da macaronésia. Esta paisagem é hoje, porém, residual.

 
Com o advento do turismo de lazer e, em meados do séc. XX, do turismo de massas, o tecido denso da cidade alastrou e envolveu as quintas de aluguer. No litoral nasceu uma nova paisagem e, com o crescimento económico dos últimos trinta anos, maiores e mais profundas transformações tiveram lugar. À procura de melhores soluções, os olhares voltam-se para o passado.
Mas que lições encerra esse passado? O que caracterizava a paisagem do turismo terapêutico? Quem foram os seus intérpretes no século XIX? Com que fundamento se lhes pode atribuir mais autenticidade? Baseado na investigação levada a cabo na Madeira sobre as tipologias arquitectónicas do turismo terapêutico e na interpretação das narrativas dos viajantes oitocentistas que visitaram a ilha, far-se-á uma leitura crítica da paisagem do turismo terapêutico, abordando algumas destas questões.

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