Entrevista com o Dr. Francisco Santos (http://www.diariocidade.pt/)
Para além da temática sobre a literacia, foram abordados assuntos relacionados com a sua experiência profissional mais recente.
Publicado a 19 Março 2013 por João Toledo
Francisco Santos acredita que os restantes países da União Europeia não vão aplicar um imposto extraordinário sobre todos os depósitos bancários.
O Chipre poderá aplicar um imposto extraordinário sobre todos os depósitos bancários com um valor superior a 20 mil euros. Francisco Santos, ex-secretário regional da Educação, considera que os restantes países da Europa não irão optar pelo mesmo caminho.
“Não acredito que em outros países da Europa haja uma taxa sobre os depósitos, salvo sobre depósitos acima de determinados montantes. E mesmo nesses tenho dúvidas que venham a acontecer no espaço dos outros membros da União Europeia. O Chipre é um caso muito especial, pois é um país que sob o ponto de vista dos fundos que recebe, dos depósitos que tem, deixa muito a desejar em termos da lisura, da transparência e da origem desses fundos. Portanto, penso que o imposto extraordinário sobre todos os depósitos bancários aplicado no Chipre é, acima de tudo, para garantir a transparência”, apontou Francisco Santos, esta tarde à margem de um almoço-conferência promovido pelo Rotary Club do Funchal.
Aquele responsável considera, ainda, que o atual momento de crise em que vive o País e a Região é “uma consequência de um conjunto de opções menos boas” tomadas pelos governos e pela sociedade em geral. “Nós todos adotamos aquilo que alguns autores chamam ‘a ditadura do cidadão consumidor’, todos quisemos comprar mais, melhor e mais barato. E os Estado acabaram por entrar nesta loucura coletiva que degenerou nestas dívidas assustadoras que todos os países têm. Vamos voltar agora um pouco às origens, àquilo que os nossos pais e os nosso avós faziam, nomeadamente primeiro poupavam e depois gastavam”, vincou.
No entanto, Francisco Santos alerta que a forte austeridade que está a ser imposta em Portugal não é “a receita certa” para consolidar a economia e as finanças. “Em vez de termos tratado o doente com os medicamentos certos, tratamos com outros. Agora temos que tratar da doença que trazia e da doença que nós lhe demos. Portanto, neste momento a situação é mais complicada, sendo preciso uma grande capacidade de inversão ao nível da despesa pública para apoiar e incentivar o desenvolvimento de algumas atividades económicas, bem como para garantir que quem está no desemprego tenha o apoio social e a capacidade de se formar”, defendeu.
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